As tradições e cultura de uma região brasileira estão mergulhadas no folclore, sejam elas de cunho religioso, baseadas em lendas ou na história, homenagens a importantes acontecimentos ou brincadeiras populares. As danças folclóricas são uma das principais formas de manifestação cultural, com músicas animadas e simples, além dos trajes típicos para executá-las em espaços públicos.
As danças folclóricas brasileiras mais conhecidas são: samba de roda, catira, ciranda, maracatu, maculele, quadrilha de festa junina, bumba meu boi, baião, xaxado, frevo, carimbó, dentre outras.
Herança cultural do período da escravidão no Brasil e influenciada pelos portugueses, o samba de roda é uma dança folclórica originalmente de culto aos orixás e caboclos, em 1860 no Recôncavo Baiano. Se divide em dois estilos característicos: samba chula e samba corrido.
O samba de roda é também conhecido como Umbigada, pois a cada saída de um participante da roda, outro é combindada para dança, dando-lhe uma “Umbigada”. Palmas e cantos animam os dançarinos na roda, ao som de instrumentos como chocalhos, pandeiros, viola, atabaque e berimbau.
Principais compositores do samba de roda: Dorival Caymmi, João Gilberto e Caetano Veloso.
Dança folclórica também conhecida como cateretê, a catira tem ritmo musical caracterizado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos. Sofre influência indígena, africana e europeia. Geralmente, a catira é dançada em duas fileiras, com mulheres de um lado e homens de outro ao som de violas e cantos dos violeiros. Pode ser dançada apenas por homens.
A ciranda é uma dança tipicamente pernambucana, das mulheres de pescadores que dançavam e entoavam cantos a espera dos homens chegarem do mar. A ciranda é basicamente uma grande roda, onde seu integrantes dançam ao som de ritmo lento, acompanhado por instrumentos como zabumba, tarol, ganzá e maracá. A dança é marcada com passos simples ou coreografados.
O maracatu, de origem africana, é uma dança folclórica típica da região nordeste do Brasil, mas concentrada no Estado de Pernambuco. Seu nome significa batuque ou dança e representa a saída de pessoas adeptas às religiões afro-brasileiras às ruas, para saudar os orixás. Essa manifestação ocorre durante o carnaval e as fantasias mais comuns são de reis, princesas, rainhas, índios e baianas. A dança é composta por giros e pulos sob um ritmo frenético que remete às congadas, festa popular brasileira.
O Maculelê é uma dança folclórica de origem africana e indígena. Simula uma luta tribal que utiliza dois bastões como “arma”. A esses bastões dá-se o nome de grimas ou esgrimas. A música do maculelê é composta por percussão e canto.
Dança muito conhecida em todo o Brasil no período de festas juninas, mas principalmente na região de maior destaque: o nordeste brasileiro. Homens e mulheres vestidos em trajes típicos da cultura caipira dançam de maneira animada, com muitos movimentos e coreograficas, ao som de músicas conhecidas como “capelinha de melão, “pula fogueira” e "cai, cai balão”. Um animador anuncia frases que marcam momentos na dança.
O frevo é uma dança folclórica típica do carnaval de rua e salão da cidade de Recife, em Pernambuco. É uma dança rítmica, de andamento rápido e coreografia individual. Os dançarinos são conhecidos como passistas, que com suas fantasias coloridas agitam guarda-chuvas, elemento característico do frevo. A música do frevo é executada por instrumentos de sopro que compõem a fanfarra.
O carimbó é uma dança folclórica paraense de origem indígena, mais precisamente dos índios tupinambá e influenciada por africanos e portugueses. Carimbó é o nome do tambor utilizado na dança. A dança é representada em pares, com duas fileiras de homens e mulheres voltados para o centro da roda. O ritmo da música é marcado com os pés e palmas dos homens, convidando as mulheres para a dança. Após o convite, os pares se formam e giram em torno de si mesmo.
O bumba meu boi, ou boi bumbá, é uma dança folclórica nordestina, do início do século XVIII e que sofre influências das culturas portuguesa, negra e indígena. O bumba meu boi é composto de música regional, vários personagens da lenda, incluindo um homem vestido de boi. No decorrer da dança, o boi morre e é ressuscitado com um puxão em seu rabo.
O Baião é um subgênero do forró, uma dança típica nordestina, que surgiu inicialmente como nome de uma festa com danças e melodias executadas em violas. O patrono do baião foi Luiz Gonzaga, importante compositor e cantor popular brasileiro. A temática do baião é baseada nas dificuldades e no cotidiano dos nordestinos.
De origem portuguesa, a chula é uma dança folclórica do Rio Grande do Sul, caracterizada pelo desafio e disputa. Uma vara é disposta no chão e em cada extremidade fica um dançarino. Um deles executa uma coreografia complexa e outro deve repetir.
Dança folclórica muito praticada pelo cangaceiro Lampião e seu bando no sertão nordestino. O nome xaxado é derivado de uma onomatopeia, ou seja, do som produzido pelas sandálias dos cangaceiros se arrastando sob o solo durante alguma comemoração do bando. As letras das músicas são satíricas e o tempo fortemente marcado. Com a entrada de Maria Bonita e outras mulheres do bando, a presença feminina na dança se tornou mais forte. Instrumentos típicos da dança eram o pífano, zabumba, triângulo e sanfona.